Relatório
divulgado nesta segunda-feira (20) pela Organização Internacional do Trabalho
(OIT) revela que, em 2013, o número de desempregados no mundo aumentou 5
milhões. Com isso, o número de pessoas sem emprego é cerca de 202 milhões, o
que representa uma taxa de desemprego mundial de 6%. Segundo o relatório
Tendências Mundiais de Emprego 2014, a fraca recuperação da economia mundial não
foi capaz de levar a uma melhora no mercado de trabalho.
No ano
passado, a maior parte do aumento do desemprego mundial foi registrada nas
regiões da Ásia Oriental e da Ásia Meridional que, juntas, representam 45% das
pessoas em busca de emprego, seguidas da África Subsaariana e da Europa. Por
outro lado, a América Latina contribuiu com menos de 50 mil desempregados para
a cifra mundial do desemprego.
De
acordo com a OIT, se a tendência atual se mantiver, o desemprego mundial
continuará piorando e pode chegar a 215 milhões de pessoas em 2018. Nesse
período, serão criados cerca de 40 milhões de novos empregos por ano, que
representa um número menor do que os 42,6 milhões de pessoas que entram no
mercado de trabalho anualmente.
O estudo
destaca que a recuperação mundial do mercado laboral está sendo freada pelo
déficit na demanda agregada. “Em muitas economias desenvolvidas, as drásticas
reduções do gasto público e o aumento dos impostos sobre a renda e o consumo
impõem uma carga pesada sobre as empresas privadas e as famílias”, disse a OIT.
“O que
necessitamos com urgência é repensar as políticas. Devemos intensificar nossos
esforços para acelerar a geração de empregos e apoiar as empresas que criam
empregos”, disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.
A duração
do desemprego prolongou-se de maneira considerável, de acordo com a
organização. Em países da zona do euro, como a Grécia e a Espanha, quem procura
trabalho necessita do dobro do tempo – de 8 a 9 meses - para encontrar um
emprego do que antes da crise financeira de 2008. Assim, “um número cada vez
maior desses potenciais trabalhadores fica desalentado e sai da força de
trabalho”, ressalta a OIT. Cerca de 23 milhões de pessoas abandonaram o mercado
em 2013.
“Quando
se estima que 23 milhões de pessoas abandonaram a busca de trabalho, é
imperativo que sejam implantadas políticas ativas do mercado laboral com maior
vigor para enfrentar a inatividade e o desajuste de qualificações”, assinalou o
chefe da Unidade de Tendências do Emprego da OIT e principal autor do
relatório, Ekkehard Ernst.
Segundo
o estudo, o emprego informal continua alto e representa cerca de 48% do mercado
de trabalho. Segundo a OIT, o ritmo de melhoria na qualidade do emprego está
diminuindo, o que significa que um número menor de pessoas está saindo da
pobreza. Em 2013, o número de trabalhadores em situação de extrema pobreza
diminuiu apenas 2,7% em âmbito mundial, uma das taxas mais baixas da última
década. São 375 milhões de trabalhadores vivendo com menos de US$ 1,25 dólar
por dia.
O
relatório acrescenta que uma mudança urgente rumo a políticas mais favoráveis
para o emprego e a um aumento da renda derivada do trabalho impulsionariam o
crescimento econômico e a criação de emprego. Além disso, para a OIT, é
fundamental fortalecer a proteção social e a transição para o emprego formal.
De
www1.folhape.com.br/
Reprodução:
Blog Gilson Andrade
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