Ontem, ao terminar a apuração dos votos válidos no estado de Pernambuco, se encerrou um ciclo eleitoral neste ano no estado. A vitória de Paulo Câmara (PSB) ao governo do estado, derrotando o senador Armando Monteiro Neto (PTB), já era esperado pelas últimas pesquisas que foram divulgadas por institutos como Ibope e Datafolha.
Mas esse cenário era inimaginável na primeira metade do ano de 2014. Armando Monteiro liderava todas as pesquisas com grande folga. Em pesquisas realizadas na época, o petebista chegava a aparecer com 48% contra apenas 11% do socialista. Mas o que provocou essa mudança tão drástica?
Muitos creditam essa mudança á morte de Eduardo Campos (PSB), que faleceu em um desastre aéreo no dia 13 de agosto. A comoção teria levado mais pessoas a votarem no seu candidato, como uma espécie de homenagem. Durante toda a campanha, foi explorado o luto, de forma que chegava mesmo a ser desrespeitosa, para convencer os eleitores a elegerem o candidato socialista.
Mas também não se deve fechar os olhos para erros dentro da própria campanha de Armando. Alguns erros capitais foram cometidos, o que custou a vitória do petebista.
Um desses erros, por exemplo, se chama PT. O Partido dos Trabalhadores, em Pernambuco, ainda resistia à idéia de apoiar um "usineiro" para governo de Pernambuco. Muitas correntes do partido queriam candidatura própria. O que não vingou. Apenas os graúdos do partido estavam lado a lado com Armando. Lula teve que vir em Pernambuco na época para convencer o partido a não repetir o erro de 2012. O PT aceitou a aliança com Armando. Mas os problemas não terminaram aí.
Durante a campanha, algumas pessoas ligadas ao PTB reclamaram que militantes do PT estavam fazendo "corpo-mole". Este blogueiro viajou pelo estado todo em companhia do então candidato a deputado federal, Ricardo Teobaldo, e pôde constatar a pouca presença de militantes petistas - que sempre tiveram grande poder de mobilização - nas manifestações pró-Armando.
Este blogueiro entrou em contato, via Twitter, com a presidente do PT estadual, deputada Teresa Leitão, sobre o assunto, que negou que o partido estivesse fazendo corpo mole e estava convocando a militância petista para ajudar na campanha do petebista. Teresa tem poder de articulação e é uma grande mulher, mas seu partido é desunido, infelizmente. Para piorar a situação, semana passada, correntes do PT declararam apoio ao Paulo Câmara.
O resultado chegou ontem. Nenhum deputado federal do PT foi eleito. Petistas de grandes e relevantes serviços prestados, como Fernando Ferro e Pedro Eugênio, ficaram de fora. No estado, apenas três eleitos: Teresa Leitão, Odacy Amorim e Manoel Santos. Já o candidato a senador pelo PT, João Paulo, perdeu a eleição para o senado até mesmo no Recife. O PT continuará apenas com uma cadeira no Senado, com Humberto Costa.
Outra razão do insucesso da campanha que parecia vitoriosa pode se creditar à articulação política que houve do outro lado. Ainda vivo, Eduardo conseguiu unir 21 partidos em torno de Paulo. O curioso é que entre esses partidos estavam seus ex-inimigos do passado, PMDB, DEM, PSDB e PPS. Para quem não lembra esses partidos estavam na coligação de Jarbas em 2010. Jarbas, que por sinal, também apoiou o PSB.
Se esses partidos tivessem lançado um candidato mais ligado às suas convicções para governador, uma chapa que relembrasse a antiga "União por Pernambuco", as chances de vitória de Armando poderiam ser maiores, pois dividiria os votos de Paulo Câmara com outro candidato dessa chapa, o que poderia até provocar um segundo turno entre Paulo e Armando.
Eduardo trouxe para o lado de Paulo também partidos que deveriam estar na coligação de Armando, uma vez que nacionalmente, apoiaram Dilma Rousseff. Faltou na coligação do petebista o PR, o PP, o PC do B e o PSD. O PMDB era a única exceção, pois no estado, esse partido sempre fez oposição ao PT, ao contrário dos outros partidos citados.
Este blogueiro também questionou Luciano Siqueira, do PC do B, atual vice-prefeito do Recife, sobre essa aliança com Paulo e com Dilma (mistura danada). Luciano disse: "O PC do B tem uma aliança estratégica com o PSB e o PT". Limitou-se a responder. Tal fato fez com que no palanque de Paulo, houvesse uma coisa inusitada: PC do B e DEM dividindo o mesmo palanque. A luta era desigual: 21 partidos com Paulo e apenas 6 partidos com Armando. Ou seja, era mais do que o triplo do adversário petebista.
Os militantes do PSB também conseguiram fazer uma campanha para desconstruir o ex-aliado. Diziam que ele "havia quebrado empresas, bancos, usinas" (que não eram apenas dele, mas sim da família). E assim, se desenhou a vitória de Paulo, que não pode ser creditada apenas à comoção pela morte de Eduardo, mas a erros estratégicos que houveram na campanha, bem como a capacidade de articulação do PSB. Armando Monteiro, com o resultado, continua agora senador. É juntar os cacos para tentar dar a volta por cima, quem sabe, em 2018.
Mas esse cenário era inimaginável na primeira metade do ano de 2014. Armando Monteiro liderava todas as pesquisas com grande folga. Em pesquisas realizadas na época, o petebista chegava a aparecer com 48% contra apenas 11% do socialista. Mas o que provocou essa mudança tão drástica?
Muitos creditam essa mudança á morte de Eduardo Campos (PSB), que faleceu em um desastre aéreo no dia 13 de agosto. A comoção teria levado mais pessoas a votarem no seu candidato, como uma espécie de homenagem. Durante toda a campanha, foi explorado o luto, de forma que chegava mesmo a ser desrespeitosa, para convencer os eleitores a elegerem o candidato socialista.
Mas também não se deve fechar os olhos para erros dentro da própria campanha de Armando. Alguns erros capitais foram cometidos, o que custou a vitória do petebista.
Um desses erros, por exemplo, se chama PT. O Partido dos Trabalhadores, em Pernambuco, ainda resistia à idéia de apoiar um "usineiro" para governo de Pernambuco. Muitas correntes do partido queriam candidatura própria. O que não vingou. Apenas os graúdos do partido estavam lado a lado com Armando. Lula teve que vir em Pernambuco na época para convencer o partido a não repetir o erro de 2012. O PT aceitou a aliança com Armando. Mas os problemas não terminaram aí.
Durante a campanha, algumas pessoas ligadas ao PTB reclamaram que militantes do PT estavam fazendo "corpo-mole". Este blogueiro viajou pelo estado todo em companhia do então candidato a deputado federal, Ricardo Teobaldo, e pôde constatar a pouca presença de militantes petistas - que sempre tiveram grande poder de mobilização - nas manifestações pró-Armando.
Este blogueiro entrou em contato, via Twitter, com a presidente do PT estadual, deputada Teresa Leitão, sobre o assunto, que negou que o partido estivesse fazendo corpo mole e estava convocando a militância petista para ajudar na campanha do petebista. Teresa tem poder de articulação e é uma grande mulher, mas seu partido é desunido, infelizmente. Para piorar a situação, semana passada, correntes do PT declararam apoio ao Paulo Câmara.
O resultado chegou ontem. Nenhum deputado federal do PT foi eleito. Petistas de grandes e relevantes serviços prestados, como Fernando Ferro e Pedro Eugênio, ficaram de fora. No estado, apenas três eleitos: Teresa Leitão, Odacy Amorim e Manoel Santos. Já o candidato a senador pelo PT, João Paulo, perdeu a eleição para o senado até mesmo no Recife. O PT continuará apenas com uma cadeira no Senado, com Humberto Costa.
Outra razão do insucesso da campanha que parecia vitoriosa pode se creditar à articulação política que houve do outro lado. Ainda vivo, Eduardo conseguiu unir 21 partidos em torno de Paulo. O curioso é que entre esses partidos estavam seus ex-inimigos do passado, PMDB, DEM, PSDB e PPS. Para quem não lembra esses partidos estavam na coligação de Jarbas em 2010. Jarbas, que por sinal, também apoiou o PSB.
Se esses partidos tivessem lançado um candidato mais ligado às suas convicções para governador, uma chapa que relembrasse a antiga "União por Pernambuco", as chances de vitória de Armando poderiam ser maiores, pois dividiria os votos de Paulo Câmara com outro candidato dessa chapa, o que poderia até provocar um segundo turno entre Paulo e Armando.
Eduardo trouxe para o lado de Paulo também partidos que deveriam estar na coligação de Armando, uma vez que nacionalmente, apoiaram Dilma Rousseff. Faltou na coligação do petebista o PR, o PP, o PC do B e o PSD. O PMDB era a única exceção, pois no estado, esse partido sempre fez oposição ao PT, ao contrário dos outros partidos citados.
Este blogueiro também questionou Luciano Siqueira, do PC do B, atual vice-prefeito do Recife, sobre essa aliança com Paulo e com Dilma (mistura danada). Luciano disse: "O PC do B tem uma aliança estratégica com o PSB e o PT". Limitou-se a responder. Tal fato fez com que no palanque de Paulo, houvesse uma coisa inusitada: PC do B e DEM dividindo o mesmo palanque. A luta era desigual: 21 partidos com Paulo e apenas 6 partidos com Armando. Ou seja, era mais do que o triplo do adversário petebista.
Os militantes do PSB também conseguiram fazer uma campanha para desconstruir o ex-aliado. Diziam que ele "havia quebrado empresas, bancos, usinas" (que não eram apenas dele, mas sim da família). E assim, se desenhou a vitória de Paulo, que não pode ser creditada apenas à comoção pela morte de Eduardo, mas a erros estratégicos que houveram na campanha, bem como a capacidade de articulação do PSB. Armando Monteiro, com o resultado, continua agora senador. É juntar os cacos para tentar dar a volta por cima, quem sabe, em 2018.
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